domingo, 27 de julho de 2008

Uma Diva pra ser vista



A platéia ainda estava se aquecendo. Numa parada pra ajeitar o som do cavaquinho ouvimos aquele brandir vindo do público que lotava o teatro Eva Herz; “Diiiiva!”, conclamou alguém em alto e bom som; e eis que a “diva” responde: “como é bom convidar os amigos!”. O público ri. Outro se empolga: “maravilhoooosa!” E a réplica da diva: “tá vendo, eu não disse!” Pronto. Desse momento em diante instalou-se a amálgama feliz que conduziria aquele espetáculo do Samba até o último instante.

Pocket-show, a tradução disso talvez seja “show de bolso”. Na verdade isso quer dizer que o show será diminuto; meio espetáculo, meio show, metade do prazer. Mas não foi o que aconteceu nesta última quinta no teatro da Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Eu, que costumo freqüentar o local, nunca vi tanta procura por um ingresso que daria direito a menos de 30 minutos de FABIANA COZZA. E a diva não decepcionou.

E veio tudo de uma só vez: Senhora Tentação, Não Sai de Mim, Saudação à Iemanjá, Malandro Sou Eu, e muitas outras. Numa das canções, a diva abandona o microfone e continua à capela. Cutuco perplexado o amigo Valmir que está ao lado e assevero: “a mulher não precisa de microfone, cara!” De certo que não danço nada, mas minha vontade era a de arrancar a luxuosa poltrona e me sacudir, no entanto foi uma das senhoras da velha guarda da Camisa Verde que se levantou pra Sambar - a diva imediatamente a puxou para o palco. E assim se deu o êxtase.

Nesse dia, a diva Fabiana Cozza relançava “Quando o Céu Clarear”. O CD é bom; tem Samba autêntico – de raiz. Mas eu concordo com o que eu ouvi de alguém logo após o show: a diva “vira mostro quando sobe no palco (...) é um cantora pra ser vista”

Afago na "diva" logo após o show.



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