sexta-feira, 26 de novembro de 2010

"VIRA CULTURA"


Uma boa programação para este fim de semana é a mini-virada cultural, o “VIRA CULTURA” da LIVRARIA CULTURA do CONJUNTO NACIONAL – que rola entre os dias 27 e 28, a partir das 9h de sábado até às 20h do domingo. Serão 35 horas ininterruptas de programação totalmente free, digrátis. Vão rolar mini-shows, cinema, teatro, exposições, lançamentos de livros, contação de histórias, bate-papos literários, discotecagens, comédia stand-ups, aulas de samba, concurso de Cosplay, entre outras cositas.

As atrações: Zeca Baleiro, Pato Fu, Lobão, Lázaro Ramos, Marcelo Adnet, Daniel Galera, Michel Laub, Luciana Saddi, Ronaldo Bressane, Nina Becker, Móveis Coloniais de Acaju, Claudia Assef, Paulo Tiefenthaler, Dráuzio Varella, Jairo Bouer, Marcia Tiburi, Hervé Bourhis, Mirian Goldenberg, Eucanaã Ferraz, Fabrício Corsaletti, Lourenço Mutarelli, Rafael Grampá, Nina Horta, e outros.

Serviço:
Vira Cultura – Livraria Cultura do Conjunto Nacional
Avenida Paulista, 2073. Entrada Franca (aviso: senhas serão distribuídas uma hora antes do início de cada atividade) Informações no
http://www.iracultura.com.br/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ressacão literário e festa do livro na USP

E hoje, às 20h, tem ressaca literária. Explico: é a continuação da Balada Literária do Marcelino Freire que ainda rola nesta quarta e quinta. O convidado para o bate-papo de hoje é o cineasta e escritor Jorge Furtado, diretor de “Meu Tio Matou um Cara”, “Saneamento Básico”, “O Homem que Copiava”, “Houve Uma Vez Dois Verões” e o sensacional e premiadíssimo documentário “Ilhas das Flores”. O encontro vai ser no Centro Cultural B_arco, um agradável espaço dedicado as artes, que fica na rua Virgílio de Carvalho Pinto, 426, em Pinheiros (www.obarco.com.br ). Para chegar ao local (pra quem tá de busão ou a pé) basta subir a rua Teodoro Sampaio até segunda ponte (a primeira é da rua Matheus Grou) que cruza a rua: o B_arco fica encostado à ponte. A entrada é free.

E amanhã, dia 25, o bate-papo é com dois grandes artistas pernambucanos, Antonio Nóbrega e Siba (criador do grupo Mestre Ambrósio). A conversa vai rolar, às 20h, no Teatro Brincante (Rua Purpurina, 428, em Pinheiros – www.teatrobrincante.com.br).

Outra dica imperdível é a 12º Festa do Livro da USP que rola no saguão do prédio de Geografia e História, a famosa FFLCH. Vai ser entre os dias 24 e 26 de novembro, das 9h às 21h, com 99 editoras vendendo livros com no mínimo 50% de descontos. O endereço é Rua Professor Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária. É bom ir logo porque os bons títulos acabam rapidinho. A novidade desse ano é a participação da Companhia da Letras.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eita, baladeiro!

Reed ou McCartney?
Declino.
The Best é a balada do Marcelino.


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Alameda Santos da Ivana

Indagorinha passei na Livraria da Vila (a da Fradique) pra assuntar o “delicioso” livro de estréia do cantor/compositor maranhense Zeca Baleiro, “Bala na Agulha – Reflexões De Boteco, Pastéis De Memória E Outras Frituras”, e me diverti um tantão com o que li (noutro momento falo aqui sobre esse livro). Depois fui tomar um carioca decente que servem no Santo Grão (a cafeteria da livraria) – e usar no celuleca a conexão wi-fi que ali funciona que é uma beleza. Ah, o quintal onde está a cafeteria é bem agradável; quando chega dezembro/janeiro há uma jabuticabeira carregada de frutos de encher os olhos (e a boca também). Minutos mais tarde chega a escritora Ivana Arruda Leite que estava na companhia da bela Andrea Del Fuego (Del Fuego, que além de escravinhar coisas muito legais é dona de um sobrenome très intéressant - ó mi god!). Dei um “oi” pra Ivana, abracei-a, mas me faltou adjetivos inteligentes e concisos (eles sempre fogem de mim quando mais preciso, oh raios!) pra descrever a compulsão que seu segundo romance, o “Alameda Santos”, me causou (devo tê-lo devorado em dois dias). Ivana gerou uma personagem (que dividia um apê com gay na Alameda Santos no início da década de 80) insegura, neurótica, em desespero constante (mulher mal-amada e à beira da aflição generalizada é especialidade da autora), que de 1984 a 1992, entre o natal e o revéillion, narra solitariamente ao seu gravador os acontecimentos do ano. A gente chora (porque retratar a própria solidão é um treco doloroso) e até ri com os relatos dessa mulher que ameaça se atirar da janela do prédio onde mora, que torra todos os bens devido à obsessão por um cara hesitante total (bissexual), vagaba, que vive à custa da grana da esposa. Uma personagem que, independente de gênero, se expõe, escolhe a forma mais complexa (a que não dará certo, obviamente), mas que convive com as agruras, sem auto-piedade, sem rendição; que levantará de ressaca no dia seguinte e ao notar a besteirada que fez bradara um sonoro e respeitável “foda-se”.
Alguns dizem que o livro é autobiográfico, que as fitas gravadas existem. Podem ser. Mas a ficção que Ivana cria não tem nada de feminista ou feminina como alguns resenhistas afirmam. O que vi (e li) em “Falo de Mulher”, “Hotel Novo Mundo” e “Alameda Santos” é literatura” e ponto. Alguém já viu acusarem Dostoiévski, Hemingway e Machado de Assis de fazerem literatura “masculina” (ou machista) por causa de seus célebres personagens masculinos?
Ah, e um lance bem bacana em Alameda Santos é a lembrança dos acontecimentos que marcaram os anos 80 e começo dos 90 (como as Diretas Já, a morte de Trancredo, o Plano Cruzado, a hiper inflação, o seriado Malú Mulher, o embate entre Collor e Lula, o assassinato da atriz Daniella Perez, a novela Pantanal, o impicha do Collorido).
Bueno. Alameda Santos tá dito e recomendado.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Balada da Boa

Anotem na agenda, meus amigos, porque temos balada da boa começando nesta quinta-feira, a partir do dia 18. Falo da quinta Balada Literária muito bem bolada e organizada por Marcelino Freire. Enquanto vestígios de preconceito contra nordestinos ainda rolam via twitter, orkut, facebook e noutros meios, temos em Sampa um incansável Marcelino, pernambucano de Sertânia, pra gestar um puta evento literário que anualmente agita a Vila Madalena. Sem patrocinador oficial, a Balada rola com a colaboração da Livraria da Vila, da Biblioteca Alceu Amoroso Lima, do Instituto Goethe, do Espaço Cultural Barco, do Itaú Cultural, do Sesc Pinheiros, da Mercearia São Pedro (na edição de 2009, o escritor Mario Prata revelou que ele e muita gente vêm, sem cachê, pra Balada, só por causa do carisma de Marcelino).

Lygia Fagundes Telles é a homenageada da Balada deste ano que vai de 18 a 21 de novembro; os destaques são Antonio Nóbrega, Antonio Cícero, Alberto Manguel, Alice Ruiz, Augusto de Campos, Beth Goulart, Botika, Cid Campos, Emicida, Eunice Arruda, Jorge Furtado, José Castello, Fabiana Cozza, Luiz Antonio de Assis Brasil (que também coordenará uma oficina de criação), Marcelo Rubens Paiva, Mona Dorf, Leandro Leal, Siba e Vitor Ramil, entre outros.
A novidade desta edição é que vai ter evento destacando os trabalhos do editor Massao Ohno, do poeta Roberto Piva e do escritor e ator Alberto Guzik, mortos neste ano.

Confira aqui a programação completa porque tá bom demais. Vai ter muita música, teatro e poesia.



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Bafômetro Digital - Estamos Salvos.

Êba, êba! Finalmente inventaram um BAFÔMETRO DIGITAL que me impede de enviar mensagens comprometedoras quando volto bêbado pra casa. Explico: O “Social Media Sobriety Test” (da Webroot) é um programa que impede o usuário manguaçado de publicar qualquer mensagem no Facebook ou no Twitter, por exemplo. Quem nunca fez uma merda dessa e não se arrependeu no day after, hein?!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"Os Famosos e os Duendes da Morte"

Minha lista de títulos de livros destinada a jovens leitores (jovens, no sentido de iniciantes) anda crescendo. É sempre bom contar com várias opções porque, dependendo do perfil do iniciante, a gente pode acertar na indicação, e quem sabe assim gerar um futuro leitor. E não arrogo vaidade neste meu ato. Pelo contrário. Acho fundamental esse tipo de preocupação em quem curte leitura. Uma de minhas aporrinhações contra algumas feiras de livros (Flip, Bienal do Livro, etc.) é a indiferença quanto à formação do leitor. Os organizadores desses eventos juntam um monte de editoras, vão atrás de Leis de fomento pra descolar grana, encontram um local paradisíaco que lhes dão aval (Paraty, Porto de Galinhas, São Francisco Xavier, etc.), depois se sentem uma grife social de relevância. Puro artifício. Retórica.

Mas voltando. “Os Famosos e os Duendes da Morte” é segundo romance de Ismael Caneppele (Iluminuras - 2010), e o que me chamou a atenção nele foi o filme homônimo dirigido por Esmir Filho (vencedor do Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2009) que conta a história de um adolescente e seu universo numa pequena vila afastada do Rio Grande do Sul. Mesmo com o roteiro bem costurado (e tecnicamente perfeito), senti uma comichão danada pra ler esse livro de Caneppele. E logo de cara fui atraído por sua narrativa poética e deliciosamente melancólica; pelas frases incompletas, por uma certa sensibilidade - mórbida até – diante do conflito de quem esta entre partir ou ficar. Enfim, é um livro de inquietações de um adolescente (que podemos ler ouvindo Bob Dylan), que como todos nós, tem mais perguntas do que respostas.

Abaixo seguem alguns trechos saborosos de
“Os Famosos e os Duendes da Morte”.

Vivemos naquele lugar onde todos dormiam a mesma hora para acordar o mesmo dia. Lá, se lá ainda existisse, seria assim. É. As estações, por mais definidas, pouco influenciam na intensidade real dos acontecimentos e nada contribuíam para que alguma mudança real operasse sobre as pessoas e seus destinos. As vidas precisando se parecer para nenhuma chamar a atenção. Alguns partiam e, quando voltavam, se surpreendiam com a incapacidade de mudança que a cidade conservava. Prédios antigos davam lugar a construções utilitárias, árvores eram arrancadas para não sujar os carros e as gramas cresciam entre os paralelepípedos sufocavam sob grossas camadas de asfalto, mas, por dentro, todos continuavam exatamente iguais, mas mães perdendo os filhos. As meninas engravidando. Os idosos apodrecendo. Tudo tão depressa. Não é preciso ser velho para sentir o tempo. (...)
Não gosto de adormecer no começo da noite. É perigoso acordar no meio dela e não conseguir mais dormir. Quando tem aula na manhã seguinte, mais ainda. Todos os dias da minha vida tem aula na manhã seguinte, e todos os dias serão piores enquanto eu continuar aqui, vivendo uma vida que não é a minha. Dormi e acordei na hora errada. No lugar errado. Acordei quando o sono acabou, mas ainda faltava tempo para a manhã chegar. Liguei o computador e fiquei pegando no meu pau que estava duro. Ele costuma ficar bem duro quando acordo. Não é duro de tesão. Quando bato punheta nessas horas, nunca tem muita graça e acabo desistindo de gozar. É sempre cansativo ter que limpar a sujeira ou dormir com a cueca molhada. É como se a coisa fosse e não fosse.