quinta-feira, 27 de maio de 2010

"II FESTA DO TEATRO"

Pra quem se interessou em ver a peça “Música Para Ninar Dinossauros” do Bortolotto é bom correr para os 7 pontos de distribuição de ingressos gratuitos porque são mais de 180 peças nesta II FESTA DO TEATRO de Sampa, que começa neste fim de semana e vai até o dia 04/06. Durante os dias 27,28 e 29, serão distribuídos os 40 mil ingressos, e os pontos estão na Lapa (Biblioteca Mário Schemberg), na Vila Formosa (Biblioteca Pref. Prestes Maia), Vila Nova Cachoeirinha (CCJ Ruth Cardoso), Teatro Municipal, SP Escola de Teatro, CCSP (Centro Cultural São Paulo). O evento é organizado pelo grupo PARALAPATÕES, CHAIN EVENTOS e J.LEIVA. Desta vez tem peças para todas as idades. A programação completa pra ver no www.festadoteatro.com.br

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Os Dinos do Bortolotto

Domingo passado fui ver outra peça do Bortolotto e fiquei novamente comovido, do mesmo jeito que quando vi Hotel Lancaster, Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet, Brutal, Medusa de Ray Ban, Uma Pilha de Louça Suja (?). Como sempre a gente encontra o drama de caras sem perspectiva de porra nenhuma nos textos do Marião, só que em "MÚSICA PARA NINAR DINOSSAUROS" são três velhos amigos, três sujeitos melancólicos sem o menor talento com as mulheres, por isso pagam putas para que os ouçam. Bebidas e copos espalhados. Um piano, um sofá e uma vitrola que toca Joe Cocker, Van Halen entre outros sons. Uma mesma música e um mesmo cenário se deslocando no tempo pra falar dos dinossauros expostos nas peles do Marião, do Lourenço Mutarelli e do Paulo de Tharso (o Picanha, que está divertidíssimo no seu personagem). Eu já vi o Bortolotto atuando na peça "Êxtase" (ainda em cartaz no CCBB daqui de Sampa) depois da merda toda que rolou com ele em dezembro passado. Assim que desci do taxi na rusvel vi o Marião sentado na entrada do teatro dos Parlapatões – faltavam mais de 20 minutos pro início da peça – , estava só; talvez nem se lembre mais de que foi ali que ele quase partiu pra outra. Cumprimentei-o como sempre, e ele, como sempre, atencioso com seus fãs (e eu sou fã do ator, do dramaturgo e do bluseiro Marião).
Nasci no finalzinho dos anos 60 e quem é dessa geração vai se identificar com os personagens. É que eles têm a sensação de estarem fora do tempo: quando havia a repressão da ditadura nos anos 70, a gente era criança e colecionávamos figurinhas Chapinhas de Ouro, Cavalo de Aço, e de times de futebol. Quando teve as Diretas-já, a gente era adolescente, estava rolando a abertura, mas só pensávamos em namorar. No impicha do Collor, a gente era velho demais pra virar cara-pintada. Ou seja: uma geração atrasada, deslocada, losers. Pra ninar a gente, o Marião colocou 6 gostosíssimas beldades em cena (que mesmo no lusco-fusco do palco, não dá para desgrudar os olhos). O chato é que aquela foi a última apresentação no Parlapatões. Talvez role outras duas na semana que vem no Dia do Teatro, é o que diz o blog Atire no Dramaturgo. No mais é torcer para que entre logo em cartaz outra peça do Marião (ou a mesma), porque vale à pena a gente se surpreender com os textos tocantes, honestos e poéticos do Bortolotto.

Eu, um dino emocionado.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

"Libertando" (Bookcrossing)

Como prometi, foi libertado neste sábado, na estação Sumaré do metrô daqui de Sampa, ADONAI de Jorge E. Adoum (1897-1958). O livro parece um romance histórico, mas no fundo é uma biografia do autor que é filho do libanês. Ele fala de esoterismos e de ricas tradições das demais regiões do Oriente Médio. São através de dramáticos acontecimentos que o autor nos põe em contato com cidades lendárias, seres extraterrestres, e com processos espirituais. É relatado também os horrores pelo qual passou no Líbano durante a primeira guerra (1914).
A quem não possa, o livro realmente não se faz interessante, mas nele há algo bem bacana, que dificilmente encontramos nesse gênero busca-espiritual-de-resultados-imediatos (que nos finalmentes acaba sendo de “auto-ajuda”): é que quando o personagem passa pela Senda da Iniciação (espiritual), o seu guia-mestre explica que “sem os mistérios do amor e do sexo não se chega a Deus”. Êba! Que o papa-nazi-XVI não nos ouça.
Outra coisa legal é que o autor se utiliza de poesia da Síria/Líbano; num passeio pelas belas cidades de Beirute e Damasco. O editor diz que o livro “é destinado a distrair, instruir e educar espiritualmente pessoas de todos os níveis e raças.” Porém, contudo e todavia...
Pra quem não sabe do assunto "Bookcrossing", leia o post abaixo.




segunda-feira, 17 de maio de 2010

“LIVRO LIVRE” - BookCrossing


Conheci inúmeros movimentos libertários: de escravos, estudantes, operários, anarquistas, socialistas, cristãos, artistas, ambientalistas, sem-terras, sem-money, sem-vergonhas-na-cara. Organizações de todos gêneros, credos, cores e cheiros. De esquerda e direita e até de ditadores (sim, porque todo caudilho se julga libertador). Mas de “livros” essa foi a primeira vez. Foi em 2008, durante a Virada Cultural daquele ano, que conheci, na Casas das Rosas, o BOOKCROSSING, movimento de libertação de livros que começou no esteites e que agora já se espalhou pelo mundo. Se você encontrar um livro esquecido por aí em que na capa esteja escrito “Não estou perdido... Sou um livro livre”, saiba que ele está ali à procura de um leitor em potencial que o descubra, e não mofando egoisticamente nalguma estante.
A idéia é bem bacana. É o desapego ao objeto livro (no bom sentido), é a concepção e a prática democrática do uso do livro como se fosse numa grande biblioteca mundial. Um idealismo possível. Iniciativa como esta, com toda certeza, já deve ter pipocado em diversos países, mas da forma como é organizada pelo Bookcrossing, para mim, é mais interessante. O livro é colocado em lugares públicos e como cada livro tem um registro no Bookcrossing, espera-se que o possível leitor entre no site e digite esse registro. Na primeira página segue o texto:
"Sou um livro muito especial. Viajo ao redor do mundo em busca de novos leitores. Espero ter encontrado mais um em você. Por favor, vá até http://www.bookcrossing.com.br/ , entre com o número BCID abaixo e deixe uma breve nota. Você descobrirá onde estive, quem me registrou e meu leitores anteriores saberão que estou seguro em suas mãos. Depois ajude-me a realizar um sonho: leia-me e liberte-me!"
A coisa começou em 2001, quando Ron Hornbaker e sua esposa, Kaori, admiravam sites que rastreavam dinheiro e câmeras descartáveis pelo mundo. Eles olharam para própria estante de livros e logo em seguida surgiu a idéia de rastrear livros. Daí fizeram o site com apoio de outros parceiros e rapidamente o projeto rodou o mundo. O BookCrossing está presente em mais de 130 países, com cerca de 800 mil membros.
A partir desta semana “libertarei” um livro em algum local o qual avisarei antecipadamente aqui no blog. Se você quiser saber dos títulos que estão libertados pela sua cidade o site também informa. Se houver interesse pelo movimento e você desejar libertar os livros de sua estante, o site dá todo o suporte, desde etiquetas para colar nos livros até cartazes de divulgação. Há também as “zonas de bookcrossing”, locais onde se pode libertar seu livro ou escolher outro para sua leitura. Em Sampa tem na Casa das Rosas (Avenida Paulista, 37), no bar Central das Artes (R. Apinagés 1081 – Sumaré) e no bar Salommão (Av. Angélica, 2435 – Higienópolis). Outra coisa legal é que não há prazo (nem alguém no nosso pé) para (re)libertarmos os livros do bookcrossing. E não é necessário se cadastrar no site para ser membro do movimento.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

VIRADA CULTURAL 2010


Demorei pra falar aqui dessa nova edição da VIRADA CULTURAL 2010 porque achei a programação um tanto chocha. Não ligo em ter ou não grandes nomes, mas acho sem propósito trazerem atrações internacionais para a Virada, sendo que temos muita gente talentosa buscando espaço. Já fiz alguns trabalhos para a secretaria estadual de cultura e percebi o saco que é se inserir nos projetos culturais públicos. Imaginem o poder de quem organiza esses eventos (e o nível de bajulação e assédio que sofrem), ainda mais este ano que a prefeitura aumentou a verba da Virada para 8 mijones. Outro problema é a descaracterização temática de alguns palcos, como o da Vieira de Carvalho (conhecido como Palco Brega) que mistura Arrigo Barnabé, André Abujamra, Supla, com Sidney Magal, Vanusa e Wanderléa; daria caldo se fosse uma “Jam session”, mas...
No palco da Júlio Prestes tem Living Colour, ABBA e encerra com a cantoria de Elomar, Xangai e Geraldo Azevedo: mistura estranha. Um palco bem bacana é o Cásper Libero (na rua Washington Luis) que traz novos talentos como Juliana Kehl, Tulipa Ruiz, Karina Buhr e Mallu Magalhães. A programação da Boulevar São João começa com o bruxo Hermeto Pascoal, passa pelo sensacional The Temptations, e pelos professores Luiz Tatti, Wisnik e Netrovisk. No palco da São João tem Patrulha do Espaço e uma banda que gosto muito, Velhas Virgens, fazendo tributo a Adoniram Barbosa (nos trens da CPTM, vai rolar, em comemoração ao centenário do compositor paulistano, exposição fotográfica com esquetes teatrais originalmente estreladas por Adoniram na era dos rádio no Brasil – no CEU Jaçanã, Maurício Pereira, Maria Alcina e Wandi Doratiotto também homenageiam o compositor ). A programação mais coerente encontro no palco da República, onde se apresentam Paulo Vanzolini, Nelson Sargento, Jair Rodrigues, Elza Soares, Clube do Balanço, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Dicró e o grande Germano Mathias.
No Pateo do Colégio também tem muita música: por lá tocam Tião Carvalho, as cantoras Nô Stopa e Alzira Espindola; além do bluseiro paulitano da ZL, Edvaldo Santana, na companhia de Swami Jr. Outra coisa bem bacana é a descentralização que rola todo ano, levando boa programação às unidades do CEU nas perifas de Sampa. Marcelo Nova (Camisa de Vênus) toca no CEU Aricanduva. O soul man, Carlos Dafé, tá no CEU – Azul da Cor do Mar. Mallu Magalhães se apresenta no CEU Casa Blanca, e muito mais.
Tem teatro no CCBB e no Sesc Santana, filmes no CCSP e nos Cines Arouche, Belas Artes, Don José, Cinemateca, Sesc e Olido. Na Casa das Rosas também tem boa programação: Tetê Espindola, Filó Machado, Babilaques, dança flamenca e saraus. Sem falar da rede Sesc que traz Nuno Mindelis, Blues Etílicos, Antonio Nóbrega, Arnaldo Antunes, Osvaldinho da Cuica, Quinteto em Preto e Branco, Tatá Aeroplano. Uma programação que recomendo é o sarau Virando Poesia do Dia Para Noite – 24 h no ar (via internê, no www.sescsp.org.br/santoamaroemrede), coordenado por Sérgio Vaz e o pelo pessoal da Cooperifa.
O chato é que no domingo, dia 16, também tem a Feira da Pompéia que este ano comemora os cem anos do bairro.
Pra ver a programação completa da Virada Cultural clique aqui.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

“NÓIS NUM SEMOS TATU”


A partir de hoje lanço campanha nacional: “Vamos Estatizar nosso Escrete Canarinho”, com eleição direta para presidente da CBF e pra técnico da seleção. Porque, sabendo dos critérios de Dunga para a convocação dos 23 jogadores, precisamos conquistar o direito de colocar e de empichar, por meio do voto/referendo/plebiscito/palitinho/dois-ou-um, desde o técnico até o todo poderoso ocupante da presidência da CBF (ou alguém duvida que o segundo brasileiro mais importante seja o senhor Ricardo Teixeira?). Em vários momentos da entrevista coletiva, depois da apresentação dos convocados, para explicar os critérios de escolha ou de exclusão de determinado atleta, Dunga se referiu à suas conversas com Teixeira, a quem ele trata de “o presidente”. Ou seja: o clamor popular pela convocação de Ganso, Neymar (e de Diego Tardelli) não tem peso algum, mas o que ele o “presidente” decidem é o que prevalece. Dunga não tem consciência de sua contradição: ao mesmo tempo em que apela ao “patriotismo” do torcedor brasuca, dizendo “se não gostarem de mim, de uma ou outra escolha, gostem de nosso país, gostem do Brasil, nos incentive”, afirma não acreditar em “clamor” (ele se enrolou todo, tentando explicar que há exploração de marketeiros quando existe consenso popular pela escalação de determinados jogadores). O pior é que a Rede Globo vai atrás dessa patacoada patriótica, como no slogan “Nosso Esporte É Torcer Pelo Brasil”. Se não me engano, foi o pensador inglês Samuel Johnson que disse “O Patriotismo é o Último Refúgio dos Canalhas”. E a maior incoerência é o argumento repetido por Dunga sobre a falta de experiência de Neymar e Ganso em partidas da seleção; ambos “não foram testados suficientemente para serem convocados”. Oras bolas! Quando Dunga foi nomeado pelo “presidente” ele tinha alguma experiência anterior como técnico?
Enfim. Confesso que estou brochado, sem tesão pelo championship mundial ludopédico 2010. Acredito que torcer pelo escrete "do" Dunga (sim, essa escalação é de autoria e de total responsabilidade do treinador e do “presidente”) vai ser de lascar; retranca futebol clube com um no gol e dez recuados, diferentemente do belo futiba apresentado recentemente pelo Santos e pelo Barcelona. Dunga quer jogador "raçudo" e nós queremos "classudos", senão vai ser o mesmo sofrimento de 1994; quando um a zero era goleada (tempos idos da "Era Dunga", lembram?) . Como diz aquele locutor histriônico global, “haja coração!”

terça-feira, 4 de maio de 2010

Um lugar legal em Santos.

Homenageando a talentosa equipe de garotos que trouxe o título do Campeonato Paulista de 2010 ao time santista, deixo aqui algumas fotos que fiz de um local bem bacana que conheci em Santos neste fim de semana. Próximo do centro histórico da cidade há o morro de Monte Serrat, onde em 1927 foi inaugurado o bonde funicular que transportava a elite cafeeira até o alto do morro para apostar no Cassino Monte Serrat, que em seu período de glamour recebeu presidentes, grandes orquestras internacionais e artistas como Carmem Miranda, Francisco Alves e Sílvio Caldas até ser fechado, em 1946, quando o presidente Gaspar Dutra proibiu o jogo no Brasil. Um lugar agradável que ainda conserva as características originais da decoração da época. Atualmente o imenso salão e o terraço são alugados para festas, e no primeiro pavimento funciona uma cafeteria com vista para toda a cidade.

O estranho é que não encontrei quem soubesse, para nos informar, a localização do bonde de Monte Serrat. Pior. Estávamos a menos de duas quadras do local e ainda assim havia quem não sabia da existência do tal ponto turístico. E isso se repetiu noutros lugares dos quais pedíamos informações. Acho que assim como acontece em Sampa, parte da população santista não tem o menor conhecimento dos locais históricos e turísticos de sua cidade. Acredito que a rotina do trabalho não permite ao paulistano e ao santista conhecer suas cidades, lamentavelmente.

Serviço: Monte SerratPraça Correia de Melo, 33. Ida e volta de bonde funicular: R$ 17,00. Funcionamento: segunda a domingo das 8 às 20h, com partida a cada 30min. Te.: (13) 3221 5665 –
www.monteserrat.com.br

(Zequinha Imagens - clique nas fotos para ampliá-las)





Estacionamento do cassino na década de 20 e no domingo passado.

Elite paulistana e santista que frequentava o cassino.

Entrada do cassino e parte da vista da cidade