terça-feira, 5 de junho de 2012

Nem Para Roqueiros

Eu podia estar roubando, me prostituindo, consumindo tóqssico, mas em vez disso fui, neste domingo, ver o último dia da “Let’s Rock: A Exposição” lá no Ibira. Acontece que nem roqueiro eu sou. É verdade, não tenho fissura por esse gênero musical. Tem gente que duvida, ironiza e faz troça dessa minha afirmação. Já disse aqui que meu respeito aos Beatles é exclusivamente por conta dos amigos beatlemaníacos, tão somente. Para mim, Elvis, Lennon & McCartney, Mick Jagger, Bob Dylan, não são maiores (ou melhores) que Luiz Gonzaga, Noel Rosa, Cartola, Jackson do Pandeiro, João do Vale, Chico e Caetano. Uma coisa que me deixa fulo é dizer que somente guitarristas roqueiros são os tais: se pegarmos qualquer lista dos 10 grandes da história estarão lá, Eric Clapton, Jimi Hendrix, Jimmy Page, Keith Richards, Carlos Santana, entre outros. É claro que esses são bons pra caraleo, mas como ficam os jazzistas Stanley Jordan, Pat Metheny, Charlie Christian, Wes Montgomery?  E o que dizer dos músicos Paco de Lucia e Tião Carreiro?  Deixa pra lá! Este assunto sempre dá pano pra manga. Eita!

Voltando. Na minha nada importante opinião, a exposição de Rock tava xinfrim, sem graça (não por culpa da minha pouca disposição ao gênero). Fora alguns containers cronológicos contando a história sonora do Rock, o resto era amostragem de “capas de disco”-  no segundo andar da “Oca”, local da exposição, botaram várias caixas vazadas de aglomerado cercado por grades de arame com pouquíssimas informações sobre os astros e personalidades do estilo, no entanto rechearam essas caixas de capas de LPs. Como todas as variedades de expressão artística, e em toda a atividade humana, há sempre o lado B: as fofocas, intrigas, malogros, conspirações, etecétera e tal... Porém, lamentavelmente, esses “detalhes” não foram sequer mencionados. Se um roqueiro mirim quisesse agregar novas informações sobre seus ídolos ou bandas prediletas sairia frustrado da Oca. Não havia curiosidades sobre canções, discos históricos ou grandes concertos de Rock. Nadica.   

Como em outras exposições em terras brasilis, nossos cartolas da cultura, acertadamente, convidam curadores especialistas no assunto a ser retratado, se esquecendo porém de contratar um “museólogo” para a coordenar exibições e mostras, planejar e organizar fisicamente, com técnicas eficientes para apresentar de forma clara, informativa e atraente o acervo cultural ao público. Enfim. Eu queria que alguém me explicasse por que cargas d’água pularam a década de 60 naquela linha do tempo do Rock, logo na entrada da exposição. Imagine você ali acompanhando os acontecimentos ano a ano do Rock, desde 1951 (ano de lançamento do disco “Rocket 88” de Jack Breston, creditado como o primeiro disco de Rock da história),  quando de repente pulam os anos sessenta. Daí você chega em 2000 e arrã!! Botaram a década de 60 entre a de 90 e 2000.

Reservaram espaço para uma imagem panorâmica do grande show dos Rolling Stones na praia de Copacabana, em 2006, entretanto não havia menção alguma ao histórico e emblemático Festival de Woodstock de 1969.  Não botaram na exposição relato algum, por mais duvidoso que fosse, sobre as lendas do Rock e suas ricas teorias conspiratórias, como a estória de que Elvis estaria vivinho da silva, desfrutando de sua riqueza nalgum paraíso tropical. Nem com humor comentaram que Paul McCartney realmente morreu nos anos 60, que o baixista Gene Simmons implantou cirurgicamente uma língua de vaca, que os integrantes do Led Zeppelin curtiam magia negra medieval, que Keith Richards cheirou as cinzas de seu pai e trocou todo o sangue de seu corpo, que o roqueiro brasileiro Serguei realmente comeu a Janis Joplin, que Mick Jagger e David Bowie foram flagrados na mesma cama pela esposa de Bowie, que o “Príncipe das Trevas”, Ozzy Osbourne, incentiva o suicídio e comia intestinos de novilhos e morcegos durante seus shows.                    


Zeca em Polaróide


Tô com vontade danada de voltar a escrever minhas cronicazinhas inviáveis aqui no blogue.  Saudade de papear com os amigos do Facebook e do Twitter. Acontece que eu ando apressado, com prazos (dead-line) esgotando-se. Tá bacana o que ando escrevendo, no entanto sinto falta de postar sobre o ultimo filme que vi na telona, do último show, da última peça teatral, do sarau, da exposição, do bate-papo no boteco. Então é bom botar água no feijão que logo logo estou voltando. Aquelabraço carinhoso aos queridos leitores do blog.