segunda-feira, 30 de junho de 2008

Paris C'est Moi - Parte II
















Nestes dias friorentos de Sampa, que mal dá vontade de sair de casa, fico lembrado de que quando cheguei a Paris fazia um friozinho parecido; com temperatura média de 16 graus. Pra nossa primeira grande aventura, que foi subir os quatrocentos degraus da catedral de NOTRE DAME, coloquei cachecol e carreguei agasalho extra na mochila. Mas dois dias após saiu sol-de-primavera, dando pra ver com outros olhos os jardins floridos da cidade – as árvores que margeiam o SENA encantavam pela exuberância.

O parisiense que prefere o “calor humano” do metrô no inverno volta agora a ocupar os bulevares, as avenidas, as praças e as ruas – essa é a melhor ocasião (principalmente pra nós que vivemos no Patropi) pra conhecer Paris (para se ter uma idéia de como fica a cidade durante o inverno, eu recomendo o filme de Alain Resnais, MEDOS PRIVADOS EM LUGARES PÚBLICOS, que ainda está em cartaz).

Teve dia que andei de camiseta e bermuda por causa de calor penoso, parecido com os do Nordeste (encontrei um baiano neste dia dizendo que “a única coisa ruim de Paris é não ter Água-de-coco” – concordei). Com a chegada da primavera vem também o horário de verão e o fuso passa a ser de 5 horas de diferença com o Brasil – nesta época a gente se embanana todo com o tempo; imagine viver num lugar em que às 10 da noite o dia ainda está claro.

Nesses dias que deu sol deu também vontade de botar uma Havaiana no pé e tomar umas brejas nalgum bar de Paris, mas do jeito que esse povo bebe e produz vinho, parece ser heresia esta minha vontade. E por falar em beber, encontramos uma gaúcha na Place des Vosges (tem foto da moça aí em cima) com sua inseparável cuia de chimarrão – ela estuda e mora na cidade e jura nunca mais reclamar do verão parisiense depois de ter enfrentado um inverno demorado de mais de 6 meses.

Ps: as fotos deste post foram produzidas por monsieur Angelo

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Lafayette x Daslu (Très Chic)



Sou um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, deserdado de pai e mãe, raquítico, esquálido, desalinhado, deselegante, pálido, tísico, abjeto, ignóbil, pusilânime. Sim. Sou tudo isso. E com todos esses quesitos jamé me deixariam passar dos portões de entrada da DASLU – e cá pra nós, não tenho e nunca tive intenções de chegar próximo sequer do quarteirão desse templo do consumo da elite paulista. E confesso que me diverti quando, em 2005, Eliana Tranchese, proprietária dessa mega-boutique, teve prisão decretada – somente lamentei não ter visto a madame ser algemada e conduzida num camburão à sede da Polícia Federal.

Se me lembro bem, Xico Sá, um ano antes da prisão da madame, escreveu texto se colocando do lado dos assaltantes que surrupiaram um caminhão contendo mercadorias de luxo da Daslu. Pra quê!? O mundico dos cordeirinhos pagadores de impostos sentou o pau no Xico – coitado do moço. Mas, para o deleite meu, do Xico e de tantos outros, o império Daslu ruiu: Eliana, mais o irmão e dois empresários foram presos acusados de crime de formação de quadrilha, falsidade material, ideológica e contra a ordem tributária - e o melhor de tudo é que a madame não pôde usar seu rico dinheiro pra sair sob fiança, pois a prisão era cautelar. Maravilha!

Bueno. Tô falando desse caso pra contar que com todos esses meus quesitos atestadores de minha baixa condição social, eu pude, em Paris, entrar na GALERIES LAFAYETTE sem nenhuma espécie de constrangimento por parte de seguranças ou de outras formas inibidoras. Pra quem não conhece, a Lafayette é, juntamente com a HARRODS (de Londres) e a GALERIA VITTORIO EMANUELLE (de Milão), um dos maiores magazines da Europa. Ela existe desde 1893 na agita boulevard Haussmann e já foi citada até nos livros de Émile Zola.

As boutiques e as marcas mais famosas do mundo estão lá: John Galiano, Louis Vuitton, Valetino, Gucci, Hugo Boss, Chanel, Calvin Klein, Rolex (vi um relógio dessa marca que daria pra comprar um apartamento de altíssimo padrão em Higienópolis). Na Lafayette está o glamour e está tudo o que os endinheirados de tout le monde podem consumir. É chique no último!

Mas o que é que eu estava fazendo ali? Nada. Quando vi que ninguém me barraria na entrada, eu simplesmente entrei. O desfile de madames do mundo todo se passava ali. Assim como eu, muita gente entrou também: alguns pra verem a imensa e centenária cúpula de vidro outros por pura curiosidade. De hilário, o barato era ver as pseudo-madames, que compraram produtos fakes dos camelôs das ruas próximas, tirando fotos dentro da Lafaytte como se fossem consumidoras da galeria.

Enfim, diria eu aos meus amigos sociólogos (Marcio, Steps, Zezinho e Alexandre Kishimoto) que, foi apenas uma experiência “antropológica”.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

FLIP 2008


Já é na próxima semana que rola a FLIP 2008 (de 2 a 6 de julho). Este ano pouco me agradou a lista de convidados nacionais e estrangeiros; acho que tem muito jornalista publicando reportagens do que propriamente literatura – outra coisa que me desagrada são os preços para as mesas de debate que foram inflacionados. (programação da Flip 2008 http://www.flip.org.br/ ) Bom mesmo é a programação da OFF FLIP, circuito paralelo que agita e que realmente integra escritores, moradores, visitantes às atividades que acontecem em Paraty. Na Off Flip rola concurso literário com premiação, exposições, música, saraus literários, dramaturgia, oficina de livros, café literário, exibição de vídeos e muito mais. (ver programação da Off Flip no www.paraty.com/offflip )

Este ano o homenageado é Machado de Assis (por ocasião dos 100 anos de sua morte); o show de abertura é de Luis Melodia e segue sugestão minha de 8 mesas de debate entre as 19 que rolam na Flip deste ano.

mesa 2 - O espelho - ELISABETH ROUDINESCO
De Shakespeare a Joyce e Machado de Assis, de Italo Svevo a Clarice Lispector e Philip Roth, são incontáveis os autores que tiveram seus trabalhos esquadrinhados a partir da psicanálise – e a francesa Elisabeth Roudinesco figura entre os nomes mais gabaritados para examinar a relação. Em seu último livro, O lado obscuro de nós mesmos, a autora interpreta a história da perversidade no Ocidente através de suas figuras e personagens emblemáticas, numa incursão pela história e pela literatura que dá a medida de sua envergadura intelectual.

mesa 3 - Retrato em branco e preto - CARLOS LYRA, LORENZO MAMMÌ
As comemorações em torno dos cinqüenta anos da Bossa Nova fazem justiça à importância do movimento, mas correm o risco de tornar-se festivas em excesso. A proposta desta mesa é conferir um caráter mais analítico à efeméride. Co-autor de Três canções de Tom Jobim e do ensaio João Gilberto e o projeto utópico da Bossa Nova, o crítico Lorenzo Mammì estabelece um paralelo entre as conquistas formais dos artistas e as promessas embutidas no desenvolvimentismo brasileiro. Já Carlos Lyra, nome de proa da Bossa Nova e da música popular brasileira, traz a Paraty a experiência de décadas de banquinho e violão. Autor da autobiografia Eu e a bossa, Lyra fala a partir de dentro e pode afinar este balanço da bossa com doses fartas de histórias e vivências exemplares.
mesa 4 - Conversa de botequim - HUMBERTO WERNECK, XICO SÁ
Humberto Werneck acaba de publicar O santo sujo uma biografia de Jayme Ovalle – resultado de mais de dez anos de pesquisas sobre o compositor e poeta paraense que foi parceiro de Manuel Bandeira, amigo dos expoentes da geração modernista e adotou os bares da Lapa, no Rio de Janeiro, como morada. Xico Sá, jornalista cearense, colunista da Folha de S.Paulo e notívago contumaz, enverga o figurino de um Ovalle contemporâneo, ao mesmo tempo artista e articulador, bom de papo e querido por todos.

mesa 5 - Sexo, mentiras e videotape - CÍNTIA MOSCOVICH, INÊS PEDROSA, ZOË HELLER
Em Anotações sobre um escândalo, a inglesa Zoë Heller descreve o envolvimento amoroso de uma professora de 42 anos que se divide entre o papel de mãe de família dedicada e o irrefreado desejo por um garoto de quinze anos. Os dez contos narrados por mulheres de Arquitetura do arco-íris revelam um tema caro a Cíntia Moscovich: o universo feminino, central também em seus romances Duas iguais e Por que sou gorda, mamãe. Em Nas tuas mãos, romance de Inês Pedrosa, três mulheres de diferentes gerações da mesma família discutem a própria intimidade. “Literatura feminina” é decerto um rótulo ultrapassado, mas poucas escritoras em atividade seriam tão indicadas para mostrar por quê.

mesa 6 - Formas breves - INGO SCHULZE, MODESTO CARONE, RODRIGO NAVES
Ingo Schulze é nome de proa da literatura alemã. Seus contos, já publicados em revistas como Granta e New Yorker, trazem componentes autobiográficos e lidam com experiências do passado recente, na tentativa de abarcar as cicatrizes da Alemanha pós-queda do Muro de Berlim. Nos contos de Modesto Carone, reunidos em Por trás dos vidros (2007), as deformações da realidade também indicam a procura de um modo de expressão para as fraturas de um país politicamente convulsionado. Completa a mesa o também crítico e ficcionista Rodrigo Naves, cujos contos curtos, à maneira de Carone e Schulze, exemplificam à perfeição a máxima de Cortázar: se o romance pode vencer o leitor por pontos, o conto, para funcionar, tem de ganhar por nocaute.

mesa 9 - Estética do frio - MARTÍN KOHAN, NATHAN ENGLANDER, VITOR RAMIL
O argentino Martín Kohan e o americano Nathan Englander ambientaram seus últimos livros na Buenos Aires sob a ditadura militar. O gaúcho Vitor Ramil é autor do ensaio A estética do frio, em que pensa a particularidade da cultura do sul do país em relação ao eixo Rio – São Paulo. Nos ensaios e romances de Kohan, a tentativa de dar sentido a episódios traumáticos da história argentina é uma constante. Nos livros de Englander, a reflexão sobre a identidade judaica norteia a construção do enredo e a interioridade dos protagonistas. Três modos de enxergar a condição periférica, afinidades temáticas e de geração motivam nesta mesa um diálogo que deve consolidar a posição dos autores na agenda cultural brasileira.
mesa 12 - A mão e a luva - NEIL GAIMAN, RICHARD PRICE
Richard Price começou a carreira associado ao gênero policial, mas libertou-se do rótulo para firmar-se como um dos principais nomes da prosa de ficção norte-americana. “É exatamente isso que sua linguagem faz: liberta-se”, escreveu o crítico James Wood a respeito de seu último livro, Lush Life, num longo artigo para a New Yorker. Neil Gaiman tornou-se conhecido como quadrinista, mas seu trabalho também ultrapassou classificações fáceis para firmá-lo como um ícone da cultura pop. Price e Gaiman têm em comum a versatilidade – ambos são roteiristas de cinema – e a capacidade de perturbar idéias prontas a respeito da complexidade dos gêneros que praticam.
mesa 17 - Folha seca - JOSÉ MIGUEL WISNIK, ROBERTO DAMATTA
Veterano da FLIP, Wisnik volta a Paraty neste ano para falar sobre um assunto que a princípio não tem nada de literário: futebol. A princípio, pois o tratamento que concede ao tema em seu mais recente livro, Veneno-remédio, insere-o entre os tópicos de maior ressonância de sua obra: e não apenas no que diz respeito ao aspecto popular e folclorizante do futebol, mas sobretudo no que se refere aos pontos de intersecção com a cultura letrada e à formação do país. São essas também as preocupações que norteiam o trabalho do antropólogo Roberto DaMatta. Em seu livro A bola corre mais que os homens, DaMatta mostra o lugar de honra que o futebol ocupa em sua obra consagrada e inteiramente dedicada a pensar o Brasil.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Cofrinhos e Bundas - Parte II






Metrô de Paris – Parte II





São 14 linhas de metrô e 5 de trens que se interligam sob e sobre Paris; e se você não fizer um esquema pra baldear de linha antes de sair do hotel, com certeza se embananará – ouvi dizer que os próprios parisienses se perdem. Ângelo e eu concordamos que a cor dos trens de metrô dessa cidade lembra aquele nosso tradicional jeep Rural Willys, muito comum nos anos 60 e 70 - a minha impressão é a de que eram vários jeeps engatados.

Eu poderia descrever aqui inúmeras e significativas vantagens da centenária rede metropolitan de Paris, mas não quero perder tempo superestimando o meio de transporte urbano dessa cidade. Por outro lado, gosto de dizer que o metrô daqui de Sampa é mais limpo, mais largo, mais confortável etc e tal. E torço pra que um dia a nossa rede de metrô possa realmente cumprir – no mínimo – sua função social.

Seção Cofrinhos e Bundinhas.








Mes amis, é impressionante a quantidade de belos fesses (bundas, em francês) no Louvre, no D’orsay e em Versailles. Eu até que poderia dar uma de inteleca e discorrer sobre valores históricos implícitos nas esculturas entre outras observações de caráter composicional, de percepção estética, de visual semântico e o escambau..., mas apreciador dessa parte da anatomia humana prefiro apenas mostrá-las.

Ps: as fotos são de minha autoria.

domingo, 22 de junho de 2008

“Duas Pias”





Há um mito de que o parisiense, por natureza, é chato, ou como diz o professor Elias: “europeu nasce cansado”. Quero eu crer mais na hipótese do professor do que no mito há muito difundido no Brasil. Digo isso porque de certa forma fomos bem tratados pelos nativos franceses, não notamos qualquer resquício de arrogância em nossos contatos ocasionais. Como já disse em outro post, Cris foi elogiada por agente de alfândega e por gerente de livraria devido à boa pronúncia do francês.

Sobre o “cansaço” do parisiense, quero dizer que o jovem francês (não posso avaliar isso dos mais velhos) quando é interpelado por algum turista em seu idioma, se percebe alguma insegurança do gringo, ele imediatamente passa a se comunicar em Inglês - isso aconteceu por diversas vezes com a gente. Eu defendo a tese de que esse jovem ou é “preguiçoso” ou tá querendo “esnobar”, mostrando que domina outro idioma.

De hilário, a único e engraçada gafe ao pronunciar o francês foi cometida quando fomos comprar água num McDonald’s. Explico: Zezim aqui havia ingerido algumas brejas às margens do Sena e ao voltar pro hotel, minha bexiga não tolerou meu excesso, deixando-me em apuros dentro do metrô (e olha que ainda faltavam duas conexões a serem feitas) - acho que desde criança eu não me sentia apertado daquela maneira.

Em Paris, pra se ter acesso aos banheiros (“Toilettes”) dos McDonald’s é necessário consumir alguma coisa (você recebe uma senha impressa na nota fiscal e a digita na porta do banheiro). Depois das conexões realizadas, enfim, com muito sufoco, cheguei à estação Parmentier onde sabíamos da existência de uma loja da famosa rede fast-food (infelizmente ficarei grato ao McDonald’s após esse episódio). A estratégia era a seguinte: enquanto Cris se dirigia ao caixa pra comprar água e assim conseguirmos senha, eu correria pro banheiro aguardando-a. Mas, pra minha felicidade, encontrei o toilett aberto, sem a necessidade da senha.

Aliviado do sufoco e novamente feliz, reencontro Cris que está rindo à beça de sua mancada. Diz ela que em vez de pedir duas garrafas de água (“água” em Francês é Eau) resolveu solicitar o produto pelo nome da marca (Evian) mais consumida. Só que pronunciou Évier que quer dizer “pia” de cozinha; ou seja, ela pediu à caixa “duas pias de cozinha”, Rá, rá, rá!!! Maravilha...

Metrô de Paris – Parte I







Antes de falar do maluco – mas eficiente – metrô de Paris, tenho que dar a dica de Subway, um filme de Luc Besson que assisti lá nos anos 80. Este é o segundo filme de Besson antes de seus grandes sucessos (Nikita e o 5º Elemento) e tem como protagonista Christopher Lambert (antes da saga do Highlander) contracenando com a bela Isabelle Adjani. O filme se passa, praticamente, todo dentro da rede de metrô parisiense. O enredo pra mim é meio besta, mas no quesito música o filme é imperdível, pois se trata de um desocupado sensível – interpretado por Lambert - que encontra outros desocupados-músicos-talentosos e juntos formam uma banda. O que me deixa puto é que eles são todos franceses, se descobrem sob Paris, vivem suas angustias no metrô dessa cidade, mas cantam músicas próprias em Inglês, do jeito que mando o mercado, ah! Vá planta...

Músicos de Paris se apresentam nas estações do metrô ou mesmo dentro dos trens (veja nos links aqui postados um vídeo que fiz de uma banda ucraniana na estação République e outro de um músico-solo dentro de um vagão), diferentemente de outros países europeus onde os artistas ocupam praças e ruas (por falar nisso, sobre a famosa Pont Neuf foi que vi pela primeira vez um músico-brasileiro-fake. Explico: o cara tocava e cantava clássicos da Bossa Nova castigando a pronúncia do brasileirês).

Compilação de imagens do filme Subway de Besson
http://www.youtube.com/watch?v=NXjzcskmt-4

Banda Ucraniana
http://www.youtube.com/watch?v=pJhxC_ddW5c

Músico no vagão do metrô
http://br.youtube.com/watch?v=Nzg8WHy_Ng4

sábado, 21 de junho de 2008

Rapidinha

Amigos. Tem Batizado do Boi do Morro do Querosene neste sábado, dia 21. Estou de volta e estarei por lá.





sexta-feira, 20 de junho de 2008

"Atropelamento e Fuga"






Li em algum portal da Internet que a ex-bbb Gyselle Soares foi atropelada num cruzamento de Paris nesta semana. Coitada da ex-bbb, ela apenas engrossou a lista de turista atropelado nessa cidade; fato que não representa novidade alguma aos parisienses. Semáforo para automóvel em Paris é sugestão e farol de pedestre (existente em quase todas as esquinas) é enfeite de poste. Dá medo de atravessar qualquer cruzamento nessa cidade (nunca xinguei tanto motorista quanto em Paris) – a gente olha nos olhos do motorista que avança o sinal e ele não tá nem aí. Em Sampa é um ou outro que não respeita farol, em Paris são todos; de cada dez veículos somente “um” pára pro pedestre. Há até dica nos livros (guias) de turistas avisando pra você “jamais” tentar atravessar as ruas que se encontram no Arco do Triunfo – é suicídio, mesmo. Tudo isso sem contar os muitos carros que vemos sobre as calçadas.

Tem gente que defende o recrudescimento das normas e leis de trânsito, assim como a elevação dos valores das multas como formas para disciplinar o motorista. Em Paris tudo isso é praticado, mas nada conscientiza o motorista dessa cidade que continua imprudente - todo dia se vê dezenas de veículos sendo guinchados por fiscais de trânsito, que admiravelmente rebocam qualquer automóvel em menos de dez minutos.

No entanto, essa cidade tem algo de notável: ela possui extensa faixa reservada aos ciclistas. Além disso, a prefeitura oferece bicicletas pra você se locomover por Paris - a primeira hora é grátis, a segunda você só paga 1, 50 Euros. E pra felicidade de qualquer ciclista, essa cidade não tem morros.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Grande "Popó"

Mes chers, em 2007, eu, Marcio, Cris, Danila e autres amis fizemos uma expedição histórica em nosso centenário Cemitério da Consolação. Por lá conhecemos o simpático Popó, o oficial monitor (autodidata) do local, que movido por sua curiosidade adquiriu informações históricas e artísticas preciosas através de leitura em bibliotecas públicas e com pesquisadores de arte tumular. Popó (nordestino de pouquíssima escolaridade) discorre tranquilamente como um especialista sobre Belle Époque, Art Noveau, assim como dos artistas Victor Brecheret, Luigi Brizzolara e Galileo Emendabili. Conhece cada túmulo, cada mausoléu ou jazigo e sabe localizar todos os personagens históricos ali sepultados. Eu recomendo uma visita agendada com o Popó.

Bueno. O que eu queria dizer com essa história do Popó é que estivemos no maior e mais famoso cemitério parisiense, o Père-Lachaise. Nele foram sepultados os grandes personagens históricos do século XIX na França: os 147 dirigentes da Comuna de Paris, Champollion, Auguste Comte, Rossini, Chopin, Modigliani entre outros.

As fotos que seguem são dos seguintes túmulos: Edith Piaf, Oscar Wilde (esse que estou ao lado), Marcel Proust, Honoré de Balzac e Jim Morrison (no dia que fomos, havia um grupo de jovens americanos realizando algum tipo de cerimônia esquisita sobre o túmulo do vocalista do Doors).








quarta-feira, 18 de junho de 2008

Clichê é Clichê




Madonna, Bono Vox, Rolling Stones, Paul Newman, Marlon Brando, Sophia Loren, reis e rainhas, Ayrton Senna, Pelé, Lula, Gilberto Gil, Gustavo Kuerten (o Guga), tout le monde já tirou retrato bem "clichê" defronte do Palais Chailot, tendo como fundo La Torre Eiffel. Até eu não perdi a oportunidade – agora, o que me assustou foi saber que a minha foto foi no mesmo cantinho onde Hitler também se focou. É mole?
Ps: descubro também que, para as parisienses, "Torre Eiffel" é o nome de uma interessante (excitante) posição sexual.

"A Praça [e o bar] é do Povo"




É meio assim: mesas, cadeiras ocupando parte significativa das calçadas, às vezes o próprio bar é estendido pela calçada – isso em lugares de movimento maluco de pedestre; até em filmes antigos de Bresson, Chabrol, Godard, Malle, Truffaut, Resnais se vê os bares invadindo ruas e places. E o parisiense fielmente frequenta seu bar (café ou bistrô) sem se importar com o vai-e-vem de turista que lota sua cidade, tapando sua paisagem. De segunda a segunda, toda manhã e final de tarde tem gente nas mesinhas; pensamos até que fossem turistas despreocupados, mas não. É mesmo o nativo.

Não só a praça é do povo como o bar também. E o parisiense ocupa mesmo seus espaços. Basta saírem os primeiros raios de sol no fim de inverno pra vermos o Sena, os bares, os imensos jardins ocupados - eles fazem piquenique até de noite. Tenho a impressão que eles têm por barato curtir sua cidade. As pessoas não vão aos bares pra se esconder, aliás, os bares parecem que não têm porta; não há Pubs fechados como os londrinos. Acho que é por isso que não encontrei Lan House ou Cyber-café (não se vê pessoa com Notebook pelos bares e cafés como é comum em Sampa) – talvez, Internet pro parisiense seja coisa pro espaço privado.

terça-feira, 17 de junho de 2008

O Hotel

Um olhar pela janela do Le Quartier Republique Hotel nas primeiras manhãs.