quarta-feira, 22 de julho de 2009

O ASTRO AND ME


Demorei um bocado pra falar aqui de Michael Jackson. Da morte do astro não vou comentar; é que tudo o que podiam dizer e especular já o fazem.
Foi em Olinda que eu soube do acontecido, eu voltava de um passeio pelas ladeiras da cidade quando resolvi usar o computador do Albergue - e tava lá, em destaque, no portal do Yahoo, a manchete anunciadora. Minha primeira reação foi comunicar o fato às pessoas que estavam ao meu lado na sala de recepção; apenas uma garota veio conferir no monitor a informação. Só mais tarde, depois de jantar, e depois de alguns gorós, é que a notícia da morte do cantor bateu. Daí eu comecei a lembrar de fatos da minha vida que posso relacionar à obra de Michael Jackson.

Posso até cometer algum anacronismo, mas acho que foi nos 70 que começou os famosos “bailinhos” – festas cujo o ápice era dançar de rostinho colado, embalado por canções ultra-melacuecas. Em casa, por volta de 1975 ou 76, quando eu ainda era muito pivete e quando meu pai não era tão ranzinza, minhas irmãs, que são mais velhas, e que já trabalhavam, convidavam - numa boa - as amigas e os amigos pra dançar em casa. Elas compravam discos com as trilhas sonoras das telenovelas que, logicamente, utilizavam nessas festinhas. Nessa época o Long Play (LP) era mais caro; pra quem tinha pouca grana o jeito era os compactos simples que vinham com duas ou até quatro faixas do mesmo LP.

O nosso toca-discos era um TRIO TOTAL SHARP, onde o compacto simples MUSIC AND ME, de 1973, de Michael Jackson rodava incansavelmente durante os bailinhos. Esse disco, além da própria canção que dá nome ao compacto, tinha a melosa HAPPY, TOO YOUNG e MORNING GLOW. Ele é o terceiro disco solo do então astro-mirim dos cincos Jacksons. Nos EUA, o disco saiu pelo famoso selo MOTOWN – que agora, em 2009, completa 50 anos de suas primeiras produções – e aqui no Brasil foi lançado pela TAPECAR, uma pequena e histórica gravadora carioca (a primeira a trazer STEVIE WONDER), cujo logotipo é um sujeito robusto, com cara de Buldogue, levantando peso de uma tonelada.

A TAPECAR produziu artistas como RIACHÃO, HEMES AQUINO, NOITE ILUSTRADA, LUIZ AMÉRICO, NOVOS BAIANOS – ela também possuía valoroso catálogo de sambistas com BETH CARVALHO, ELZA SOARES, CANDEIAS entre outros.
Bueno. E com o passar dos anos, o compacto do Michael Jackson que tínhamos desapareceu, mas felizmente, em 2002, encontrei outro escondido e todo empoeirado num sebo.
Ah! Em Olinda, depois de alguns caldinhos e algumas brejas cantarolei – pra mim mesmo, é claro – BLACK OR WITHE a lá Caetano; a única música do astro que sei corretamente toda letra.

Contra-capa do disco acima (nesta foto, Michael aparece alegre)


2 comentários:

marisa disse...

Ual, Zequinha! Eu também tive um Trio Total Sharp. O meu tinha um som maravilho e um moderno painel prateado. Que legal, boa lembrança.
Bjs.

Juliana disse...

Zeca, eu nao acreditei quando vi a capa. Eu tenho exatamente este "disquinho" la na casa dos meus pais e depois la estava eu arranhando meu ingreis. Beijo Ju