quarta-feira, 12 de maio de 2010

“NÓIS NUM SEMOS TATU”


A partir de hoje lanço campanha nacional: “Vamos Estatizar nosso Escrete Canarinho”, com eleição direta para presidente da CBF e pra técnico da seleção. Porque, sabendo dos critérios de Dunga para a convocação dos 23 jogadores, precisamos conquistar o direito de colocar e de empichar, por meio do voto/referendo/plebiscito/palitinho/dois-ou-um, desde o técnico até o todo poderoso ocupante da presidência da CBF (ou alguém duvida que o segundo brasileiro mais importante seja o senhor Ricardo Teixeira?). Em vários momentos da entrevista coletiva, depois da apresentação dos convocados, para explicar os critérios de escolha ou de exclusão de determinado atleta, Dunga se referiu à suas conversas com Teixeira, a quem ele trata de “o presidente”. Ou seja: o clamor popular pela convocação de Ganso, Neymar (e de Diego Tardelli) não tem peso algum, mas o que ele o “presidente” decidem é o que prevalece. Dunga não tem consciência de sua contradição: ao mesmo tempo em que apela ao “patriotismo” do torcedor brasuca, dizendo “se não gostarem de mim, de uma ou outra escolha, gostem de nosso país, gostem do Brasil, nos incentive”, afirma não acreditar em “clamor” (ele se enrolou todo, tentando explicar que há exploração de marketeiros quando existe consenso popular pela escalação de determinados jogadores). O pior é que a Rede Globo vai atrás dessa patacoada patriótica, como no slogan “Nosso Esporte É Torcer Pelo Brasil”. Se não me engano, foi o pensador inglês Samuel Johnson que disse “O Patriotismo é o Último Refúgio dos Canalhas”. E a maior incoerência é o argumento repetido por Dunga sobre a falta de experiência de Neymar e Ganso em partidas da seleção; ambos “não foram testados suficientemente para serem convocados”. Oras bolas! Quando Dunga foi nomeado pelo “presidente” ele tinha alguma experiência anterior como técnico?
Enfim. Confesso que estou brochado, sem tesão pelo championship mundial ludopédico 2010. Acredito que torcer pelo escrete "do" Dunga (sim, essa escalação é de autoria e de total responsabilidade do treinador e do “presidente”) vai ser de lascar; retranca futebol clube com um no gol e dez recuados, diferentemente do belo futiba apresentado recentemente pelo Santos e pelo Barcelona. Dunga quer jogador "raçudo" e nós queremos "classudos", senão vai ser o mesmo sofrimento de 1994; quando um a zero era goleada (tempos idos da "Era Dunga", lembram?) . Como diz aquele locutor histriônico global, “haja coração!”

5 comentários:

Anônimo disse...

Nossa Zé ,quanta baboseira,desculpe minha sinceridade , mas vc joga alguma coisa??? rsrsrsr... ou só aprendeu a criticar mesmo?
Vamos dar um voto de confiança para
o Dunga,aliás não depende exclusivamente dele ganharmos ou não...

ZECA LEMBAUM disse...

Senhor anônimo: invertamos sua proposta: o técnico Dunga por um acaso confiou no clamor popular? Ele confiou na gente? Não. Ele e o Ricardo Teixeira decidiram sozinhos e é justamente isso o teor de minhas críticas. Só não compreendi o que tem a ver o fato d'eu "jogar alguma coisa" ou não!?

Laís disse...

Zeca, querido, eu entendi o que vc quis dizer: o que precisamos é de mais "democracia" nas decisões. Quando tivermos eleição direta pra técnico da "nossa" seleção talvez a gente critique menos. Bjs.

Anônimo disse...

Minha opinião é: cada um na sua, afinal o técnico é ele, quantas no passado acreditamos , foi feito a escolha "democrática", e morremos na praia, não trouxemos taça, aliás,só passamos frustações, estou acreditando sim , ja que é democracia, tenho o direito de expressar minha opinião e não concordar com a sua ou com as demais, mas até ai respeito a sua tb. Fui...

ZECA LEMBAUM disse...

Obs: nunca, na história desse país, houve democracia na nomeação de técnicos e escalação de atletas. Tanto a antiga CBD como a atual CBF trataram de "nossas" seleções como uma empresa privada, sem dar satisfações a alguém, a não ser a eles mesmos. Depois apelam ao nosso "patriotismo". O que proponho no texto bem que poderia acontecer: eleições diretas pra presidente da CBF entre outros cargos e atribuições.