segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

4 RAPIDINHAS SEM SAIR DE DENTRO (eba!)

É gente... Esta semana tem muita coisa legal rolando em Sampa. Entonces, aqui vão as dicas:

1. Amanhã, dia 23, o escritor pra lá de polêmico Marcelo Mirisola lança MEMÓRIAS DA SAUNA FINLANDESA no Espaço Parlapatões na Praça Rusvel, 158, a partir das 18h. Vai ter leitura de diversos textos do autor. Ps: sou um dos que confessa ser leitor assíduo de Mirisola – nem sempre concordo com suas ironias, mas sou fissurado por sua narrativa. Ah! Eu já li o Memórias da Sauna Finlandesa e recomendo.

2. Ainda nesta terça, dia 23, a pernamba LULINA, que está lançando “Cristalina” seu primeiro disco de gravadora, se apresenta totalmente digrátis no projeto PRATA DA CASA na Choperia do Sesc-Pompéia que fica na rua Clélia, 93 – às 21h. Dela eu nem preciso dizer que gosto, né?! Mais informação no http://lulilandia.com.br

3. De quarta a domingo, de 24 a 28, vai rolar no Itaú Cultural uma mostra-homenagem ao dramaturgo MARIO BORTOLOTTO pelos seus 30 anos de teatro, com bate-papos, pocket-shows poéticos, leitura de textos, debates, vídeos. Muitos convidados como Marcelo Rubens Paiva, Jotabê Medeiros, Jefferson Del Rios, Reinaldo Moraes, Beto Brant, Ademir Assunção, Paulo Carvalho (Paulão, do "Velhas Virgens") vão falar sobre a obra do autor. Os eventos acontecem sempre às 20h. A programação completa está aqui

4. No dia 26, sexta-feira, no Sesc-Pinheiros, dentro II Encontro de Literatura e Erotismo, tem bate-papo com os escritores Xico Sá, Luiz Roberto Guedes e Claudio Willer cujo tema é Experiência Erótica: Leitor e Escritor. Vai ser no auditório do terceiro andar, às 20h. E no dia 27, às 17h, a filósofa Marcia Tiburi conversa com o escritor Evandro Affonso Ferreira sobre Erotismo e Discurso: Aparecimento e Construção do Corpo na Literatura. É no mesmo auditório do terceiro andar. O Sesc-Pinheiros fica na rua Paes Leme, 195, em Pinheiros. Programação completa aqui

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Caranguejo na Avenida Paulista.


Temos caranguejo na Avenida Paulista que vem de lá de algum estuário do Recife. Só que esse tem nome e sobrenome, com cheiro de lama e gosto de caos. Na semana antes do carnaval fui ver a exposição Ocupação-Chico Science, projeto que rola até o comecinho de abril no primeiro andar do prédio do Itaú Cultural. Dessa vez o Itaú traz objetos pessoais, fotos, depoimentos sobre vida e obra do músico pernambucano; principal cabeça do que ficou conhecido como movimento Mangue Beat. Críticos e especialistas em cultura costumam dizer que o som gerado por Chico e pela Nação Zumbi “reposicionou o Brasil no cenário da música, reverberando no cinema, no design, nas artes plásticas, na moda, na cibernética...” Eu não posso afirmar nada disso. Digo apenas que quando vi Chico & Nação Zumbi pela primeira vez achei o grupo uma mistura de muitos elementos visuais e musicais que eu já vira nalgum lugar. Mas quando descobri que aquilo fazia parte de uma agitação organizada, para qual havia até manifesto revelador (chamado “Caranguejo com Cérebro”) de uma “Manguetown”, aí me interessei pela coisa e fui atrás. Depois me assombrei com a quantidade de admiradores da banda; um fenômeno tocado em todos os bares e festas daqui da Sampa. Um som que misturou ritmos regionais nordestinos – como o maracatu – com rock, hip hop e música eletrônica. Bom. E o legal daquilo é que Chico e Nação Zumbi não estavam sozinhos, com eles: Mundo Livre S/A, Mestre Ambrósio, Otto, Cascabulho, Cordel do Fogo Encantado, Mombojó, Sheik Tosado. Por fim um novo pop brazuca ecoou e os caranguejos recifenses foram soltos pelo mundo. Fred Zeroquatro, músico do Mundo Livre S/A, disse que “viu o que era uma brincadeira de mesa de bar se transformar em algo que mudaria para sempre uma cidade e a história da música brasileira”
Quanto à exposição tenho de dizer que é muito restrito o espaço destinado a esse projeto Ocupação (que já expôs a obra de Paulo Leminski, Zé Celso, Nelson Lernier, entre outros). Essa mostra acontece de 4 de fevereiro a 4 de abril (de terça a sexta, das 10h às 21h; Sábs., doms. e feriados, das 10h às 19h) - Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149) Entrada franca. Informações clique
aqui
E uma versão paulista do Rec-Beat (que ganha o nome de “PompéiaBeat”) , festival de música que rola no Recife há 15 anos. A partir de hoje são 3 noites de shows de grupos pernambucanos e estrangeiros no SESC Pompéia. Abaixo segue a programação.

POMPÉIA.BEAT
De 18 a 20/02/2010 – São Paulo/SP
SESC Pompeia (Choperia) – Rua Clélia, 93
Ingressos: R$ 24,00 (inteira), R$ 12,00 (meia) e R$ 6,00 (trabalhadores associados do SESC e dependentes)
Classificação indicativa: Maiores de 18 anos
Informações: http://www.recbeat.com/ / http://www.sescsp.org.br/
Programação:
QUINTA – 18/02/2010 – 20h
Kevin Johansen (Arg) e A Banda de Joseph Tourton (PE)
SEXTA – 19/02/2010 – 20h
Madensuyu (Bel) e Diversitronica (PE)
SÁBADO – 20/02/2010 – 20h
Cabezas de Cera (Mex) e Ska Maria Pastora (PE)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"O Baião e Minha Musa"


O HOMEM QUE ENGARRAFAVA NUVENS de Lírio Ferreira me deixou emocionado quando saí do cinema neste domingo. O documentário é uma aula sobre baião, sobre a cultura do homem do Nordeste (com seu machismo típico), e fala da obra - e de uma parte dolorosa da vida íntima - do “doutor do Baião”, HUMBERTO TEIXEIRA; parceiro de LUIZ GONZAGA em "ASA BRANCA", "BAIÃO", "ASSUM PRETO", "PARAÍBA", "RESPEITA JANUÁRIO", "NO MEU PÉ-DE-SERRA" entre tantas. O filme traz o contexto em que a parceria Gonzaga/Teixeira catapultou o baião para outros continentes; uma música prestigiada até entre a alheia elite de Copacabana e Ipanema dos anos 40 e 50 - ficando evidente que a dupla sacou o que o migrante nordestino dos grandes centros queria ouvir (no pós-guerra, Luiz Gonzaga era quem mais vendia discos no Brasil – até Carmen Miranda passou a cantar baião).
Humberto Teixeira, compositor, advogado, deputado federal e criador de leis de direito autoral, teve que aprender flauta na infância porque, de acordo com seu pai, piano (instrumento de sua preferência) era coisa de mulher. E bom reprodutor dos valores nordestinos que era dá para se ter uma idéia de como o boêmio-compositor tratou suas belas esposas. É por imposição de Teixeira, que a sua filha, a atriz Denise Dummont (quem teve a idéia e produziu o documentário) deixou de usar o sobrenome da família quando ela quis ser artista. E, sem querer estragar o barato de quem não viu o filme, fiquei com a impressão de que o gênio criador de “Asa Branca” - música que retrata perfeitamente o espírito do retirante nordestino -, era incapaz de compreender seus laços familiares.
Foi partindo da idéia de que “as pessoas conheciam a obra de seu pai e não o que ele era” (o irônico é que em certo momento doloroso do filme, a filha confessa também não saber quem foi seu pai) que Denise Dummont convidou Lírio Ferreira (diretor do longas “Baile Perfumado”, “Árido Movie”, “Cartola: Música Para os Olhos”) para fazerem "O Homem Que Engarrafava Nuvens".
No documentario tem muita gente dando canja: Chico Buarque, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Belchior, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, David Byrne, Zeca Pagodinho, Lirinha, Otto, Bebel Gilberto, entre outros. Bom. O resultado é bem bacana e emociona. Agora resta esperar o mesmo sobre a vida de Zé Dantas, outro grande parceiro do rei do baião.
Ah! E o que me comoveu também foi rever Denise Dummont, uma de minhas musas dos anos 80. Eu era um pirralho fissurado (maluco) por aquele sorriso tremendamente obsceno que a atriz possuía (será que só eu notava isso?). Me lembro de que assisti ao fraquíssimo “Filhos e Amantes” só para vê-la nuazinha. Mas a gota d’água (para o meu arrebatamento) foi a famosíssima cena picante da piscina de “Rio Babilônia (de 82) de Neville D’Almeida entre ela e os atores Joel Barcelos e Pedrinho Aguinaga. Dizem, até hoje, que o que rolou naquela cena foi pra valer e nenhum dos atores envolvido nega o incidente. (esses filmes estão na grade do “Canal Brasil” – pra ver a cena da piscina sem cortes clique aqui ).
Em 1987, minha musa foi seduzir - com seu sorriso malicioso - o cineasta Woody Allen (outro fraco como eu), rendendo à atriz uma cena musical no clássico “A Era do Rádio”.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"É HOJE O DIA DA ALEGRIA"



Pois é! Hoje é dia de cair na folia. Como faço tradicionalmente, há não sei quantos anos, vou ver a banda de velhinhos da BANTANTÃ. E se eu ainda tiver algum gás pretendo ver no domingo, dia 7, o novo bloco chamado ACADÊMICOS DO BAIXO AUGUSTA (na segunda eu posto as fotos aqui). Os detalhes seguem abaixo.

“Pra quem não sabe, o bloco pré-carnavelesco BANTANTÃ foi fundado em 1979 por funcionários da Universidade de São Paulo e freqüentadores dos bares da Avenida Waldemar Ferreira (entrada da USP), e tem como principal característica manter a tradição dos antigos carnavais de rua. O Carnaval da BANTANTÃ, festejado nas principais avenidas da região, ganha força e participação a cada ano que passa. Um dos aspectos de sua originalidade é a irreverência e a espontaneidade de seus foliões, moradores da Região do Butantã. Todos os anos, na sexta-feira, uma semana antes do Carnaval, realizamos nossa festa. Como Banda Popular buscarmos nos pontos sócio-culturais a dimensão de nossa originalidade. Internalizamos a figura de uma Cobra (no caso um Piriquitambóia) e simbolizamos o Museu Biológico, onde estão cerca de cem animais, 60 espécies, entre sapos, lagartos, cobras e aracnídeos. Advém daí o tradicional grito carnavalesco: ‘Arrastando-se feito cobra pelo chão, na dança dos velhos carnavais’".

E logo mais à tarde, a partir das 18h, começa a concentração no Rei das Batidas, na Waldemar Ferreira. Podem ser compradas camisetas (R$10,00 - camiseta e 3 latas de cerveja) e a participação é aberta a todos os interessados. Informações: 3726-8615 ou 7112-0980.
E a novidade do carnaval de Sampa deste ano é o primeiro desfile do bloco ACADÊMICOS DO BAIXO AUGUSTA. Ele é organizado por donos de bares e clubes da região (Consoloção-Centro) e já conta com 2 mil foliões inscritos. Quem me deu o toque foi minha ex-aluna Vilminha que mora nas quebradas da Frei Caneca – ela disse que vai ter muita famosidade entre os participantes. Vai ser neste domingão, dia 7, com concentração a partir da 14h em frente ao Sonique. O percurso é: sair da rua Bela Cintra e descer a rua Augusta até o Studio SP.