sexta-feira, 22 de maio de 2009

"SOY LATINO-AMERICANO E NUNCA ME ENGANO"


Comecei a arranhar minha violinha nos anos 80, e como não havia Internet naquela época, o modo mais comum pra saber tocar alguma canção popular era comprar as tais revistinhas cifradas. Cheguei a ter mais de 500 delas, mas outros iniciantes violeiros como eu (todos meus amigos), não se viam obrigados a me devolver as revistas. Por sorte ainda possuo algumas raridades como a da foto acima. Essa, como se pode ver, é de 1977 e traz na capa o mega-instrumentista, compositor e cantor ZÉ RODRIX, que infelizmente morreu ontem aqui em Sampa.
Se perguntar a qualquer um, qual é clássica composição do Zé vão dizer que é “Casa no Campo”, que ficou eternizada na voz da Elis Regina (dizem que essa é a canção mais Peace & Love brasuca ) Também acho sensacional, porém, “Soy Latino-Americano" (que eu também chamava de “Melô do Vagal”) era a que eu mais cantarolava toda vez que ia e voltava do meu trampo nos anos 80. Segue a letra.


“Não acordo muito cêdo/ Mas não fico preocupado/ Muita gente me censura/ E acha que eu estou errado/ Deus ajuda a quem madruga/ Mas dormir não é pecado/ O apressado come crú/ E eu como mais descansado...

Refrão: Soy Latino-Americano/ E nunca me engano/ E nunca me engano/ Soy Latino-americano/ E nunca me engano...

Meu caminho pro trabalho/ É um pouco mais comprido/ Eu vou sempre pela praia/ Que é muito mais divertido/ Chego sempre atrasado/ Mas eu não corro perigo/ Quem devia dar o exemplo/ Chega atrasado comigo
E diz:... Refrão.

É legal voltar prá casa/ Mas eu não volto correndo/ Quem tem pressa de ir embora/ No transporte vai morrendo/ E eu que não me apresso nunca/ Pro meu bar eu vou correndo/ E encontro a minha turma toda/ Sentada na mesa dizendo assim... Refrão.

Quando eu abro a minha porta/ Muita gente está jantando/ Quando eu ponho a minha mesa/ Muita gente está deitando/ Eu me arrumo e vou prá rua/ E na rua vou achando/ Muita gente que trabalha/ Se divertindo e cantando
Assim:... Refrão.”

No palco do Rock da Virada Cultural deste ano, Zé se apresentou com sua banda punk, Joelho de Porco, infelizmente não deu pra ver. No entanto, recentemente participei de um debate-papo, na Casa Mário de Andrade, com ele e com Paulo Cesar Araujo sobre censura na literatura e na música. Saí com impressão de que Zé era um cara hiper ético. Tão ético que ele não aceitou fazer a trilha de um peça teatral sobre Jim Morrison porque iria rolar grana via Lei Rouanet – Zé tinha opinião contrária sobre renúncia fiscal e leis de incentivo: dizia ele não acreditar que o “dinheiro de TODOS deva servir para patrocinar a aventura pessoal de ALGUNS”. (tenho o áudio desse encontro gravado no meu MP3, mas não sei disponibilizá-lo na internê – alguém pode me dar uma dica?)

4 comentários:

Emerson disse...

Você pode usar um disco virtual. Um gratuito é: http://www.mandamais.com.br/ mas eu nunca usei.

ZECA LEMBAUM disse...

Vou tentar. Valeu mais uma vez, meu caro Emerson.

ediney disse...

eu tinha a esta revista, cara, fui longe,aos meus felizes 15 anos...

ZECA LEMBAUM disse...

Esta revistinha eu comprei num pacote com outras três, isso no final dos anos 80.