sábado, 28 de fevereiro de 2009

"Nossa Língua e um Terraço na Paulista"

Em mesa de bar já discuti muito sobre esse tal “acordo” (forçado) de Unificação da Língua Portuguesa, ouvi argumento de quem é favorável e de quem se diz contrário (de gente séria e informada e de outros nem tanto); e pra ser franco, até este momento, tô pouco preocupado com as mudanças ortográficas, nem vou mais perder tempo com a questão. No meu dia-a-dia, na prática, sei que logo logo, funcionários brasucas do senhor “kid BillGates” vão lançar uma versãozinha do Office com as correções e vai ficar tudo beleza, tudo legal - aliás, eu já instalei no meu PC um Michaelis Escolar 2009 com as alterações devidas.

Sei que depois de 2013 teremos que levar a sério esse acordo, pois ele se se tornará obrigatório; por enquanto até que me divirto com as “brincadeiras” advindas dessas mudanças: moradores da Vila Madalena introduziram novo bloco carnavalesco este ano chamado “Não Trema Na Linguiça”; li numa placa de um salão de beleza a seguinte frase: “Boniteza é tudo porque feiura não se acentua” (louco, né?).

Esses “tecnocratas” que ficam bolando esse tipo coisa (o acordo de unificação ortográfica) deveriam é se preocupar em encontrar uma formula de facilitar o aprendizado de nossa língua, uma nova pedagogia que exigisse menos rigor, e que fosse de fácil compreensão (nossa gramática é cheia de excessos, exceções e complicações que acabam induzindo qualquer um a cometer crimes horrendos contra o idioma – vejam um engraçadíssimo vídeo – clicando aqui - sobre outros crimes cometidos pelo casal Nardoni).

O que me deixa realmente confuso são as mudanças em termos (palavras) de vocabulários específicos: antigamente se dizia “sistema digestivo” e “aparelho reprodutivo", atualmente é “sistema digestório" e “aparelho reprodutório” (a explicação de quem alterou todos esses trens é de que era preciso seguir o mesmo esquema de “sistema circulatório” e “aparelho respiratório” ). Hoje, dia 27/02, ao ler o caderno de Ciência da Falha de São Paulo, descubro que o correto agora é dizer “arqueologista” e não mais “arqueólogo”, pode uma coisa dessa?

Passeando pelas unidades da rede SESC daqui de Sampa descubro mais uma novidade (eu não pretendia rimar a frase): nelas não há mais lanchonetes, restaurantes, bares, botequins, nem cantinas – o que há agora é “Comedoria” (Meno male! Já pensou se fosse “começão" ou "comedouro”, He he!).

E por falar em SESC, acho que são poucas as pessoas que conhecem o terraço do SESC-Paulista, que se localiza na av. Paulista, ao lado do prédio do Itaú Cultural. No 15º andar fica a “Comedoria” e o terraço, lugar onde se tem uma bela visão panorâmica dessa tradicional avenida. Hoje foi a primeira vez que subi no terraço e recomendo a visita. O que se tem pra comer na c... (não vou fazer esse trocadilho infame) é comum as outras unidades (o café Expresso de lá é bom e custa apenas 1,50 realitos). Ah! Instalaram três potentes lunetas para gente observar os mais variados detalhes de nossa cidade (e não é necessário botar nenhuma moedinha nos binóculos como acontece noutros lugares). Clique aqui pra ver uma panorâmica de um minuto e dez segundos que eu fiz no terraço.


Clique na foto para vê-la ampliada (autoria: Zezim imagens)






3 comentários:

marcos sotter disse...

Confesso que "digestório" e "reprodutório" eu não sabia. mundaças ridículas.

Anônimo disse...

Zé, trabalho na Brigadeiro, a gente pode marcar um café nessa "comedoria", que tal?
Me liga. Abçs.

Anônimo disse...

Acordo ortográfico, aliás, a própria idéia de gramática normativa, é imbecilidade pura. O pessoal da sociolingüística está aí faz tempo mostrando que regulação formal, de cima pra baixo, só serve pra reforçar relações de poder e submissão daqueles que se expressam através de variedades lingüísticas mais distantes das variedades-padrão (geralmente bem próximas das faladas pelas elites). O objetivo do acordo ortográfico é único e muito claro: reduzir os custos de produção de material escrito para mercados lusófonos. Ou seja, grana!

Grande abraço,
Ioda.

P.S.:Quando for em Sampa vou ficar ai nessa torre só pra ver as donas da Paulista trocando de roupa.