domingo, 31 de maio de 2009

CINE MARABÁ


Desses eu tenho certeza: no finalzinho dos anos 70, “ET” e “Star Wars” foram no cine PAISSANDU; “Os Embalos de Sábado à Noite” foi no cine METRO; “Grease”, que por aqui recebeu o bobo nome “Nos Tempos da Brilhantina”, eu vi no cine OLIDO; “Marcelino Pão e Vinho” e um lixo de um filme futurista que jamais esqueci, “Fuga no Século 23”, foram no cine MAJESTIC; o melodrama romântico “Love Story”, com sua trilha pra lá de grudenta, que eu assisti “obrigatoriamente” segurando vela pra minha irmã mais velha, foi lá no cine REPÚBLICA (acho que “Love Story” e “Nove Semanas e Meia de Amor” foram os filmes que mais tempo permaneceram em cartaz em Sampa – pra mais de anos); meu primeiro “Trapalhões” vi com certeza no cine MARROCOS, só não me lembro se foi “Os Trapalhões na Guerra dos Planetas” ou “Os Três Mosqueteiros Trapalhões”; e “A Insustentável Leveza do Ser” que seguramente assisti no cine METRÓPOLIS.

Bueno. Estas minhas reminiscências que botei acima servem pra eu comentar sobre o que ocorreu nesta semana no centro velho daqui de Sampa; a reinauguração do cine MARABÁ, um dos cinemas mais antigos da cidade - de 1945. Lembro que em meados de 2007, alguns resistentes amantes dos cinemas da região, convocaram - via internê – imprensa e cinéfilos para a última sessão de cinema do MARABÁ antes de seu definitivo fechamento. O filme era o “Duro de Matar 4” e eu não fui porque o horário não me permitia. A tristeza se dava pois o MARABÁ era a última, entre as dezenas de salas de cinema que já existiram no centro, a fechar literalmente suas cortinas. Todos temiam o pior: que ela se tornasse, como outras, em templos de Deus.

E desde o início de 2008, quando surgiu o boato de que a sala seria restaurada, aguardamos – na maior torcida - que o MARABÁ e outras antigas salas, como os cines PARIS, NORMANDIE, MARROCOS, ART PALÁCIO, DOM JOSÉ e IPIRANGA, tenham o mesmo destino.
Falo exclusivamente dessas seis pois são elas as únicas com condição de restauro e de revitalização, porque seus projetos arquitetônicos foram tombados pelo conselho do patrimônio histórico estadual.

Só pra vocês terem uma idéia da importância histórica dessas salas, o cine MARROCOS, que foi o cinema mais luxuoso da América Latina, abrigou o 1º FESTIVAL INTENACIONAL DE CINEMA DO BRASIL em 1954, dois anos depois de sua inauguração. Olhem só quem veio pra este festival: Vitorio de Sica, Giulietta Massina, Gina Lollobrigida, Roberto Rossellini, Virginia Mayo, Tony Curtiz, Kim Novak, Igmar Bergmam (estreou seu “Noite de Circo” aqui). Walter Hugo Khouri também lançou seu “Gigante de Pedra” neste festival.

E foi nesta sexta-feira, dia 29, que o arquiteto responsável pela restauração, Ruy Otake, e os diretores da PLAYARTE entregaram, na presença de um público VIP (do qual eu não fazia parte), as 4 salas primeiras salas de cinema do cine MARABÁ, que juntas consumiram mais de R$ 8 mijones na reforma. O barato desse dia foi ouvir das pessoas que passavam em frente ao cinema na avenida Ipiranga (quase na famosa esquina com a avenida São João) suas histórias vividas à época do glamouroso centro paulistano.
Bom. E o que resta agora é torcer para que o cine MARABÁ dê certo e sirva de exemplo.

Vejam alguns documentários com o professor da FAAP, Maximo Barros, especialista no assunto.

http://www.youtube.com/watch?v=S1DDJoX9Rfo&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=eGv4cY7ttSw&feature=related

Abaixo outros cines não tão tradicionais que existiram no centro velho:

Cine REPÚBLICA (na Praça da República). RITZ (Avenida São João), BROADWAY (Avenida São João), OÁSIS (Avenida São João), SANTA HELENA (Praça da Sé), ALHAMBA (Rua Direita), METRO (Avenida São João), JUSSARA (Praça Dom José de Barros), METRÓPOLIS (Praça Dom José Gaspar), PAISSANDU (Largo do Paissandu), OLIDO (Avenida São João - reformado pela Secretaria Municipal da Cultura), SACI (Avenida São João), ÉDEN (Avenida São João), APOLO (Rua Conselheiro Nébias), CORAL (Rua 7 de Abril).


Fotos: Zezim imagens - clique para ampliá-las.






Ooops! Um buraquento contraste.



5 comentários:

Monica Vieira disse...

Zezinho, minha tia se casou na igreja ao som do Tema de Love History. Eu era criança e até hoje não esqueci a música.

ZECA LEMBAUM disse...

Oh, Monica. Se eu te disser que minha mãe ganhou uma caixinha de música (com bailarina rodando) com o mesmo tema do filme você acreditaria? Pois isso é verdade. Ops! Só não sei realemte se a caixinha pertencia a minha mãe ou a minha irmã mais velha.

Bruna disse...

Não é Love Story, o nome?

ZECA LEMBAUM disse...

Ops!Falha nossa, Bruna. Valeu! Esse minha história de ler a revista "History" me confundiu.

Fi/Mellinho disse...

Zeca, muito legal o seu blog.
Gostei muito das fotos da Virada! Este ano infelizmente não pude ir e ficou um vazio em mim, pois me apaixonei pelo evento no ano passado!
Ah...engraçada a sua afirmação quanto à Lusa! É, de fato, meu segundo time. Entristeço-me até hoje pelo fatídico gol do Aílton, do Grêmio, em 96!

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abraços

Felipe