domingo, 6 de dezembro de 2009

COISAS BACANAS.

Ufa, meus amigos! Como todo final de ano exige tô na maior correria, e já sem saco pro Natal e pra tanto enfeite natalino. Alguém já viu as decorações das agências bancárias da avenida Paulista? Tá um horror! Eles têm grana pra cacete pra gastar com essas coisas, mas muito mau gosto. Se bem que, na verdade, mesmo estando menos cintilantes, eu abomino qualquer coisa que lembre Natal. Aqui no prédio onde moro as luzinhas paraguaias tomam conta de todas as árvores da entrada; botaram também alguns bambis (veadinhos) ultra-iluminados sobre a guarita (nem preciso dizer à gozação que há com os porteiros e os moradores).

Bem, mas eu quero é falar de coisas bem bacanas que presenciei nas últimas semanas. Pro encerramento da Balada Literária, o Marcelino Freire trouxe diretamente de Uberlândia a banda PORCAS BORBOLETAS, cuja energia quase punk, quase teatro, quase literatura, contaminou até os desavisados. Recomendo essa molecada mineira; eles já fizeram até trilha pra cinema (pro filme “Nome Próprio” de Murilo Salles). No recente disco “A Passeio”, a banda contou com a participação de gente graúda como Arrigo Barnabé, Paulo Barnabé, Bocato e Simone Soul.

Na semana passada, durante a segunda edição do Vira Cultura - 24 horas de atividades culturais na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista - , encontrei um dos ícones do rock brasuca ARNALDO BAPTISTA, ele estava por lá para autografar o DVD do documentário “Loki”, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, sobre vida do mutante Arnaldo. No mesmo dia, no teatro Eva Hertz da Livraria Cultura, rolou mais um VOCABULÁRIO, encontro lítero-poético-teatral-musical e o escambau arquitetado e muito bem conduzido por Chacal, Marcelino Freire, Marcelo Montenegro e Paulo Scott. O evento está ficando cada vez melhor (eu participei de todas as edições anteriores); dessa vez os convidados foram: Wander Wildner, Martha Nowill, Mário Bortolotto, Ademir Assunção, André Santana. Mais tarde, pouco depois da meia-noite, foi a vez da gente babar pela confraria das sedutoras Marina De La Riva, Karine Carvalho e Nina Becker que acompanhavam os músicos do 3 NAMASSA (pretendo falar sobre esse projeto noutro post).

E por fim, digo que foi um puta barato participar do bate-papo com o escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro, no SESC Pinheiros. É legal saber que o escritor que você mais admira dificilmente planeja um livro; ele diz que quando escreve “as coisas vão surgindo". João Ubaldo declarou que “Viva o Povo Brasileiro”, seu romance mais traduzido para outros idiomas, era pra ser uma simples história que se desenvolvesse em três séculos. Ele revelou que o capítulo inicial de “Sargento Getúlio” foi reescrito 17 vezes; tudo isso porque estava inseguro quanto ao seguimento da história. E pra desmitificar, pra debilitar qualquer conceito supremo do ato criador, João Ubaldo diz que o que mais o estimula é o “contracheque”.


Arnaldo Baptista autografando o clássico Long-play "LOKI" pro Zeca.

Os superbacanas urberlandenses "Porcas Borboletas"


Projeto 3 Namassa (algumas das minas e os cabras)


Marcelino Freire, Rodrigo Lacerda e João Ubaldo Ribeiro no Sesc Pinheiros
(foto: Fernanda Grigolin)

O meu clássico "Viva o Povo Brasileiro" (edição de 1989) autografado pelo autor.


2 comentários:

Laís disse...

Ual, Zeca, são tantas coisas a comentar...
Eu vi a Pitty cantando com 3namassa e achei legal pra caramba. E essa coisa do "contra-cheque" do João Ubaldo é fantástico. Esse é um escritor verdadeiro.
Bjs.

Rogério disse...

João Ubaldo Ribeiro (apesar de seu filho ultra chato) é também o meu escritor favarito.