segunda-feira, 1 de março de 2010

Outra Mania

Já falei aqui da mania que tenho de assuntar a leitura alheia em ônibus, metrô, fila de banco e em qualquer lugar, habito que me rendeu excelentes dicas como “Feliz Ano Velho” de Marcelo R. Paiva, “Olga” de Fernando Morais e mais recente, o “Máquina de Pimbal” da Clarah Averbuck. Bom. Mas agora tenho de falar de outra esquisitice adquirida. Reconhecendo a nossa deblacle social, por solidariedade, aceito sempre panfletos, filipetas, cartões, folhetos quando me oferecem pelas ruas. Às vezes até leio algum, mas de costume vão parar em meu bolso (ou na mochila) e mais tarde nalguma lata de lixo – minha mãe reclamava da quantia exagerada de papéis nos bolsos de minhas roupas quando elas iam pra máquina de lavar. Tenho amigos que ficam putos porque, no banco do carona, apanho todas as propagandas de empreendimentos imobiliários que entregam nos semáforos de Sampa. A maluquice é tão grande que se um idoso tiver distribuindo folhetos me dá uma vontade lascada de ajudar o velhinho a terminar logo a tarefa. Tá! Isso é estranho mesmo. Mas algumas vezes me divirto. Como é o caso desses dois panfletos que estão abaixo.

O que, primeiramente, me chamou a atenção neste aqui é que ele me fez lembrar o já saudoso “Pena Branca” - morto recentemente -, que integrava a excelente dupla caipira PENA BRANCA e XAVANTINHO. Depois foi a “sinceridade” e a convicção desse vidente e conselheiro espiritual: “...eu não prometo, eu faço!” Então fica a pergunta: Será que ele cura charlatanismo também?




O panfleto debaixo tenho que transcrevê-lo porque a digitalização não ficou clara.

“DEUS EXISTE – É HORA DE BUSCÁ-LO
Um homem foi ao barbeiro para cortar o cabelo como ele sempre fazia. Ele começou a conversar com o barbeiro e conversaram sobre vários assuntos. Conversa vai, conversa vem e começaram a falar sobre Deus... – ‘Eu não acredito que deus exista como você diz’. ‘Por que você diz isto?’, o cliente perguntou. – ‘Bem, é muito simples. Você só precisa sair na rua para ver que Deus não existe. Se Deus existisse, você acha que existiriam tantas pessoas doentes? Existiriam crianças abandonadas? Se Deus existisse, não haveria dor ou sofrimento. Eu não consigo imaginar um Deus que permite todas essas coisas’. O cliente pensou por um momento, mas ele não quis dar uma resposta para prevenir uma discussão, o barbeiro terminou o trabalho e o cliente saiu. Neste momento, ele viu um homem na rua com barba e cabelos longos, parecia que já fazia um bom tempo que ele não cortava o cabelo ou fazia a barba ele parecia sujo e arrepiado (sic). Então o cliente voltou para a barbearia e disse ao barbeiro: - ‘Sabe de uma coisa? Barbeiros não existem’
[se a historinha terminasse aqui até que estava legal, mas ela continua...] ‘Como assim eles não existem?’, perguntou o barbeiro. ‘Eu estou aqui e eu sou um barbeiro’. ‘Não!’, o cliente exclamou. ‘Eles não existem porque se eles existissem não existiriam pessoas com barba e cabelos longos [o sublinhado é meu] como aquele homem que está andando ali na rua’. ‘- Ah, mas barbeiros existem, o que acontece é que as pessoas não me procuram, e isso é opção delas’. – ‘Exatamente’, afirmou o cliente. ‘É justamente isso. Deus existe, o que acontece é que as pessoas não o procuram, pois é uma opção delas, e é por isso que há tanta dor e sofrimento no mundo’”. (autor desconhecido)

A história é bem xaropinha, mas eu caí na gargalhada ao matutar que meus cabelos compridos e minha vasta barba só existem porque barbeiros não existem. Rá rá rá!

3 comentários:

Rogério disse...

Suas manias não são coisas de maluco, zé, eu também loto meus bolsos com papeis que me dão pela cidade.

marcos sotter disse...

Nossa, cara, eu também ando barbudo e não sabia porquê, ah ah.

Anônimo disse...

Háhahahahahahaha
que xarope mesmo !!!