domingo, 18 de maio de 2008

Zé e os cara


Éramos sanguinários assassinos. Conosco não havia perdão. Os facínoras: eu, Morto (Edu), Chicão, Wagner e Edson. As vítimas: lojas de conveniência (as que funcionam 24h, principalmente as de postos de gasolina) No começo dos anos 90 cometíamos esse tipo de atrocidade. Os meliantes tinham por hábito, antes ou após as baladas, passarem em alguma loja dessas e fazer um pit stop. Primeiro travávamos um canal de comunicação com os funcionários, principalmente as atendentes, é claro. Daí não demorava e a vítima findava-se agonizante. Sepultamos aproximadamente quatro lojas 24horas.

Que sina estranha - uruca brabíssima. Contamos isso e as pessoas custam a acreditar. E aconteceu, mesmo. Não sei por que cargas d’água vitimávamos esse tipo de comércio – não tínhamos nada contra, até dependíamos deles como alternativa derradeira pra uma larica nas madrugadas. Há até um caso em que predestinamos (à bela gerente) o fim daquela nova loja que abrira no começo da rodovia Raposo Tavares – 6 meses durou o ponto.

Dizem que o criminoso sempre volta ao local do crime – e isso rola de verdade. No sábado passado me vi, depois de muitos anos, defronte a uma de nossas vítimas. A loja reabriu e está com nova direção, funcionado no mesmo posto de gasolina, e tendo agora como vizinha a 51ª DP. Eu que não sou besta, não me atrevi entrar, vá que alguém me reconheça...

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